Imagética
Você está aqui: Página Inicial / A exposição / ARA

O corpo negro, ao ser escravizado, foi violado, violentado, destituído de sua terra. Mas transformou-se em um território próprio ao esgueirar-se para manter suas tradições.

Não é acaso, portanto, que diferentes manifestações culturais de origem africana, como rituais religiosos, maracatus, jongos, tambores, o samba, a capoeira, usam o corpo como um patrimônio singular.

O corpo, ara, em idioma iorubá, é assim, uma matriz capaz de receber o mundo mítico-ritual. Nesse processo a identidade, a “noção de pessoa” é  revista. É quando se dão também as inscrições corporais necessárias à propagação de axé e êxtase, elementos responsáveis por sua manutenção.

Estas imagens revelam o corpo que recebe marcas, que se veste para o labor e para o festejar, que se enfeita, que se faz ao mesmo tempo divino e profano, e que produz presença, ao receber a natureza que o circunda.

Corpos que se movem à polifonia dos tambores e no tempo cíclico, de um eterno retorno às raízes, que é o tempo no qual os mitos se apresentam e as ancestralidades se ligam: religare.

english   ficha técnica

Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Reflexão Critica e Produção Cultural para Internet